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Outubro 2018
Colonialismo Molecular:
Uma Geografia dos Agrotóxicos no Brasil

A partir de uma pesquisa de
Larissa Mies Bombardi





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#Haddadsim
#ContraoOdiopelaDemocracianoBrasil
Foi finalmente publicado um atlas da contaminação e intoxicação por agrotóxicos no Brasil. Desde 2008 que o Brasil é o país que mais consome agrotóxicos do mundo. Só no período entre 1999 e 2009, por exemplo, foram registadas mais de 62.000 intoxicações por agrotóxicos de uso agrícola. Se expropriação de território e exploração no trabalho são o lado visível da violência do agronegócio, a intoxicação é o seu lado invisível.

Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, é um projeto coordenado por Larissa Mies Bombardi, geógrafa da Universidade de São Paulo. Este atlas revela uma imagem da intoxicação entre 2007 e 2014, em diferentes categorias: por região, sexo, faixa etária, etnia-raça, escolaridade, as circunstâncias de exposição aos tóxicos e se esta ocorreu dentro ou fora do local de trabalho. Este episódio é apenas uma amostra visual deste imenso mapeamento, e serve para encaminhar para o atlas, o qual pode ser acessado livremente no link abaixo ou nos extras desta página.

Num momento em que o Brasil se depara com a tomada de poder por forças fascistas, as quais prometem uma escalada ainda maior de violência, desigualdade e expropriação, acreditamos que imagens como as oferecidas neste atlas são vitais para uma mudança na opinião pública nacional e internacional.

https://www.larissabombardi.blog.br/atlas2017

Mais informação sobre o atlas:

Os resultados do atlas desenvolvido por Mies Bombardi revelam um país ainda dividido entre “Casa Grande e Senzala”. Revelam também a subjugação da economia brasileira ao mercado internacional do agronegócio, sendo que um quinto de todo o agrotóxico do mundo é comercializado no Brasil. Com o advento dos transgênicos esta subordinação apenas se acentuou, criando um circuito fechado, e viciado, desde as sementes, passando pelos fertilizantes e chegando, finalmente, ao veneno “adequado” à semente comprada.

O atlas revela ainda uma imagem da transformação do território pelo agronegócio. Do total de agrotóxicos comercializado no país, cerca de 50% é vendido para o cultivo da soja, logo seguido do milho e da cana-de-açúcar. O Brasil é hoje o principal exportador mundial de açúcar e álcool (o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar) e é, também, o segundo maior exportador de soja e milho.

Assim, o problema dos agrotóxicos não é apenas um problema brasileiro. A subordinação da renda da terra às forças do capital revela que estas são internacionais. A lógica de expansão de multinacionais como a Bayer, a Syngenta, a Monsanto ou a Dow é a procura pelas facilidades ambientais dos países “pobres”, enquanto os lucros da patenteação dos seus produtos permanecem concentrados nos seus países de origem. Por outro lado, muitos dos agrotóxicos proibidos na União Europeia são usados livremente no Brasil, mas no fim os seus frutos, vegetais e outra mercadoria são importados de volta à Europa. Apesar de não explorado neste episódio, esta é uma problemática também abordada pelo atlas.

Agradecimentos especiais a Larissa Mies Bombardi.

Colonialismo molecular é um termo da curadora Margarida Mendes. Para mais informação ver artigo nos extras.



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